Partilha Formação ACIDI

No dia 28 de Novembro, a Associação Pomba da Paz, no Espaço Comunitário, cedeu uma sala da instituição para a realização de uma acção de sensibilização, patrocinada pelo ACIDI (Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural) em parceria com a DGERT (Direcção Geral de Emprego e das Relações de Trabalho).

A acção esteve subordinada ao tema da Educação Intercultural a partir da abordagem das histórias infantis e, para isso, nada melhor do que contar com a participação de professores de diferentes ciclos de escolaridade e educadores de infância da zona envolvente – Camarate e Sacavém.

Num primeiro momento, o formador propôs ao grupo de formandas uma dinâmica de apresentação e sensibilização ao tema. Foi a partir desta que se criou um momento empático de partilha de vivências e experiências que possibilitou dar sentido aos momentos de aprendizagem e reflexão que se seguiram.

Entre histórias e conversas, concluiu-se que a educação intercultural não é mais do que o conceito que nos move a todos, profissionais, assente nos quatro pilares para a educação do século XXI (UNESCO) - Saber Conhecer; Saber Ser; Saber Fazer; Saber Viver Juntos - , numa abordagem contínua, compreensiva, flexível e inclusiva da diversidade que, afinal, faz parte de cada um de nós.

A escola posiciona-se cada vez mais como o primeiro grande núcleo de interacção e contacto com a diferença. Importa, por isso, e desde cedo, proporcionar a cada criança, formas de aprendizagem activa e colaborativa e vivências democráticas/participativas, num contexto de mediação e valorização da diversidade enquanto enriquecimento pessoal e social. Importa ainda que esta seja a natureza intrínseca da escola, espelhada num funcionamento coerente onde “importa o que somos e o que fazemos, ao invés do que dizemos ou escrevemos.”

Nos momentos finais da acção, o formador proporcionou ao grupo, um delicioso momento de ternura, através da história d’A grande família da Felpa. Ainda em fase de publicação, esta edição do ACIDI, conta-nos o crescimento de uma ursinha de peluche “remendada”, através do amor, dos valores e das aprendizagens que realiza com cada uma das famílias que a vão acolhendo e que lhe vão permitir, anos mais tarde, ser nomeada Presidente do Planeta da Equidade.

E, porque consciente ou inconscientemente, a Educação Intercultural faz parte do nosso quotidiano, fica a proposta de reflexão e/ou (re)posicionamento quanto ao nível de profundidade do nosso trabalho, enquanto profissionais, através da abordagem que fazemos das histórias que contamos:

1. Referência pontual, por exemplo, assinalando datas festivas relacionadas;
2. Utilização de aspectos culturais como forma de introduzir conteúdos;
3. Questionamento reflexivo sobre acções, atitudes e valores presentes numa história ou situação vivenciada;
4. Transposição do ouvinte real para o lugar da personagem descrita;
5. Identificação de pontos de transformação do curso da história/situação.

Educadora Susana Alberto (Pomba da Paz)

“Não existem histórias interculturais, existe é uma abordagem intercultural na exploração de qualquer história, mesmo que nos pareça a mais preconceituosa ou estereotipada.”

(Dr. Jorge Cardoso)